Todos temos histórias
Danilo Emerich
Todos temos histórias
para contar. A sua vida daria um livro. A do seu vizinho, de um amigo
ou de um parente também. Trajetórias de superação, de sacrifício,
dramas, romances e comédias. Todos nós temos. A minha vida também
daria, mas prefiro aqui contar as de outras pessoas.
Hoje, como jornalista,
conheci mais uma história. A de um motorista de ônibus de 34 anos.
Fábio Romeiro dirige o coletivo da linha ST01, a linha turística
criada para percorrer alguns cartões postais de Belo Horizonte na
região Centro-Sul.
Fábio antes dirigia na
linha 9250, a mais extensa e pior de todas em BH. Dúvida? Pergunte
para qualquer motorista ou trocador da cidade e ele irá confirmar.
Agora, Romeiro conduz solitariamente a maior parte do tempo o ônibus
executivo, com ar condicionado, wi-fi e cadeiras confortáveis em um
itinerário fora do horário de pico. “É uma férias, mas ninguém
pode saber disso”, diz ele.
Porém, o interessante
da vida deste motorista, não é ele passar o dia todo dirigindo um
ônibus vazio, que não tem adesão de passageiros. Não, a “coisa
legal” é que, graças a esse coletivo, Fábio descobriu que há
museus na Praça da Liberdade onde a visitação é gratuita. Fábio
redescobriu a cidade graças à visão de outros passageiros.
“Quando passamos pelo
alto da Praça do Papa e vemos aquela vista, a população de BH não
dá valor. Quando vi os turistas achando aquilo incrível é que
parei e reparei. Temos uma cidade linda e a gente nem repara”,
confessou o motorista.
Agora, Fábio já
visitou três dos vários museus da Praça da Liberdade e já planeja
conhecer o Palácio da Liberdade. Tudo de graça!
Todos temos histórias,
basta perguntar ao próximo qual ou quais são as da pessoa ao seu
lado.