sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Desafios de BH após 117 anos

Vista da região Central de BH e Praça 7. (Foto: Danilo Emerich)

Desafios de BH após 117 anos

Danilo Emerich

A capital mineira completa 117 anos de existência nesta sexta-feira (12). Mudei-me para Beagá há cerca de quatro anos. Um jovem do interior que ficava assustado com o intenso vai e vem de carros e pessoas para todos os lados. Após alguns meses, já estava apaixonado por esta cidade cheia de morros e montanhas, muito diferente da minha cidade de origem, Ipatinga, no Leste de Minas.

São 117 anos, mas ainda muitos desafios pela frente. Aqui alguns deles e como amenizar um pouco a situação:

Mobilidade Urbana:
BH enfrenta congestionamentos até aos domingos. Desde 6h até 23h, dependendo do local onde você esteja. Se perguntar para os belo-horizontinos o que mais irrita na cidade, a maior parte deles vão falar o trânsito. Algo natural em uma das maiores metrópoles do país. Por isso, temos um desafio neste ponto.

A capital conta com apenas uma linha de metrô obsoleta e sobrecarregada e é essencial para melhorar a mobilidade. O BRT/Move veio para ajudar, mas não resolve. É preciso mais vias exclusivas para o transporte coletivo, melhor funcionamento dos ônibus de madrugada. Além disso, é preciso estimular a criação de novos centros econômicos, para evitar o deslocamento de pessoas até o Centro. Outra boa saída seria ampliar as ciclovias e conectá-las. 

Segurança:
Como todo grande centro urbano, também há maior concentração de pessoas que querem se aproveitar de outros. Mas há medidas que podem ajudar por parte do poder público e da população, como a ampliação do efetivo das polícias Militar e Civil; Expansão do projeto de câmeras do Olho Vivo; Melhor comunicação entre comerciantes e comandos das forças de segurança; Melhor uso da rede de vizinhos e comerciantes protegidos; Aproximação da PM com a comunidade em aglomerados (favelas); Expansão para todas as escolas públicas e privadas do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd); entre outras medidas.

Desigualdade social:
Vemos regiões muito ricas em BH, como a Centro-Sul, e outras mais carentes, que precisam de mais investimentos, como a Norte. Assim como para a mobilidade urbana, a criação de novos pólos econômicos também ajudaria a reduzir esta desigualdade. Isso pode ser feito oferecendo incentivos fiscais para criação de novas empresas nos pontos carentes, além da flexibilização construtivos. Outra medida é combater a invasão e ocupação desordenada de terrenos e ampliar o Programa Minha Casa, Minha Vida para estas pessoas.

Também é preciso olhar para o problema da população em situação de rua. É preciso a construção de mais abrigos (locais descentes), repúblicas e pousadas públicas. É necessário expansão do programas sociais e de saúde de aproximação com estes moradores e não simplesmente recolher os pertences deles e deixá-los ao relento. Expulsá-los para outro lugar só transferia o problema para outro local.

Saúde:
Aqui temos um um gargalo. Cerca de 50% da população de BH usa a rede privada para o tratamento próprio. E mesmo nesta rede complementar há falta de leitos. Já foi aprovado o projeto de lei de flexibilização do potencial construtivo em BH, em 2013, para a expansão dos hospitais. Falta estas empresas fazerem os investimentos agora.

Na rede pública, vemos longas esperas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e em alguns centros de saúde. É preciso melhor capacitação dos profissionais, além de aumentar a quantidade dos mesmos nestas unidades. É preciso investimento na atenção básica, para evitar que o paciente com apenas uma dor de cabeça ou enjoo vá à UPA e dispute vaga com outros casos de maior gravidade. Ampliar o Programa Saúde da Família (PSF) e melhorias nos centros de saúde poderia ajudar neste questão.

Educação:
Neste ponto a solução que vejo não pode ser diferente. Melhor aparelhamento das escolas públicas e capacitação dos professores. Além disso, é preciso valorizar os educadores, aplicando, no mínimo, o piso nacional da categoria, o que na rede estadual, não existe (criaram o subsídio e juntaram todos os penduricalhos dos professores em um só valor para justificar o pagamento do piso. A medida acabou reduzindo os vencimentos de muitos profissionais).

Fique a vontade para dar sugestões de como BH pode melhorar.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Custo com desapropriações supera valor da implantação da Via 710

Remoções próximo da avenida José Cândido Silveira. Foto: Ricardo Bastos

Custo com desapropriações supera valor da implantação da Via 710


Danilo Emerich

O valor das desapropriações e remoções para a construção da Via 710, que interligará as regiões Leste e Nordeste de Belo Horizonte, irá superar em 12% o preço da própria obra. A avenida é feita com recursos federais e chegou a ser anunciada na matriz de responsabilidades da Copa do Mundo. A previsão inicial de entrega era para antes do Mundial, mas só deverá ser concluída, segundo a prefeitura, até junho de 2016.
Neste último sábado (29), sete novos terrenos, no bairro Dom Joaquim, na região Nordeste de Belo Horizonte, atrás do Minas Shopping, foram declarados como utilidade pública e os moradores deverão ser desapropriados, conforme publicação no Diário Oficial do Município (DOM).
Segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), ao todo,  a obra exigirá 206 desapropriações e 346 remoções, que foram iniciadas no segundo semetre de 2012. Com os procedimentos serão gastos R$ 75,2 milhões. O valor deverá ser ainda maior, em função de ações judiciais questionando o valor das indenizações.
A Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) informou que até o momento foram realizadas 70 remoções. Os procedimentos foram feitos em vila, próximo a Estação José Cândido. O número de desaproapriações já concluídas não foi informado.
Já a construção da Via 710 em si exigirá um investimento total de R$ 66,1 milhões. Os recursos estão assegurados no Programa de Acelaração do Crescimento (PAC). Segundo Portal da Transparência Copa, o valor original da intervenção era de R$ 78 milhões, mas foi diminuído, segundo a Sudecap.
Em setembro, a Sudecap assinou a ordem de serviço para executar as obras de implantação de um novo trecho da Via 710. A intervenção promoverá o acesso entre duas regiões da capital e tem seu início na avenida dos Andradas e termina na avenida Cristiano Machado. Será um corredor viário de alta capacidade sem passagem pelo Centro.

 O que a obra prevê:
- Implantação de via com duas a quatro faixas de rolamento por sentido, com ciclovia, passeios, canteiro central e sinalização vertical e horizontal; 

· Construção de passagem em trincheira nas proximidades da avenida Contagem com as ruas Gustavo da Silveira e Conceição do Pará;

· Alargamento e construção de passarela de pedestres em pré-moldado, anexo ao viaduto da rua Minduri;

· Construção de viadutos, alças de acesso e passarelas de pedestres no cruzamento da Via 710 com avenida José Cândido da Silveira;

· Construção do viaduto da rua Bolivar sobre a linha do metrô, Via 710 e ruas Lauro Gomes Vidal e Arthur de Sá, ligando os bairros União e Dom Joaquim;

· Construção de túnel em método não destrutivo, para implantação da rede de drenagem;
· Implantação de paisagismo e sistema de irrigação;

· Recuperação de pavimento asfáltico, inclusive reforço do subleito, e alargamento de pista;
· Construção de galeria celular em concreto armado;

· Implantação de rede de drenagem em tubo de concreto armado;

· Implantação de contenções em cortina atirantada e em terra armada;

· Recuperação de pavimento asfáltico nas vias utilizadas para desvio de tráfego;
· Prolongamento da passarela na rua Quaquarema.


Projeto da futura Via 710. Foto: Reprodução / Hoje em Dia

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Falha em planejamento aumenta custo da reforma do Restaurante Popular II em R$ 400 mil


Falha em planejamento aumenta custo da reforma do Restaurante Popular II em R$ 400 mil

Danilo Emerich

Restaurante deveria ter sido aberto seis meses após fechamento. (Foto: Google Street View / Reprodução)

A falta de uma análise mais elaborada para a realização da reforma do Restaurante Popular II, na rua Ceará, no bairro Santa Efigênia, região Leste de Belo Horizonte, irá encarecer a obra em mais de R$ 400 mil, quase 20% do total previsto para a intervenção.
Segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), o valor inicial da reforma era de R$ 2.218.729,75. O próprio órgão informou que somente após o início da obra foi identificada a necessidade de outras intervenções, inclusive fundamentais para o funcionamento do restaurante, como a restauração das câmaras frigoríficas. 
Outros serviços necessários também são a troca de três monta-cargas (mini elevadores) e de todo o sistema de exaustão. Os itens estavam em péssimo estado de conservação e comprometidos. Os trabalhos adicionais custarão R$ 408.137,21.
O escopo original da obra previa demolições, instalação de novas estruturas de concreto e metálicas; serviços de alvenarias, marcenaria e serralheria; novas coberturas, forros, impermeabilizações e isolamentos; melhorias das instalações hidrosanitárias e elétricas; aplicação de revestimentos, pisos, vidros, pinturas e instalação de ar condicionado e exaustão. 
Também chegou a ser anunciada a instalação de um elevador para deficientes físicos e melhorias nos banheiros e vestiários dos funcionários. O mobiliário também seria trocado e um sistema de bilhetagem eletrônica, para agilizar a venda dos tíquetes e o acesso, será implantado.
Demora
Além do maior custo, os serviços não previstos também atrasam a entrega do restaurante. As obras na unidade deveriam ter sido concluídas no fim do ano passado, seis meses após o fechamento, em 6 de julho de 2013. A Sudecap não informa a data exata de reabertura, mas prevê que ocorra entre janeiro e junho de 2015.
A reforma chegou a motivar boatos de um fechamento definitivo no local, informação negada pela prefeitura. Nos últimos meses em que a unidade ainda estava funcionando, alguns problemas visíveis eram gesso despencando, infiltrações e vazamentos. O Restaurante Popular II servia 4 mil refeições por dia.
Na época do fechamento da unidade, os usuários foram orientados a buscar os restaurantes Popular I, próximo à Rodoviária de BH, e da Câmara dos Vereadores, que tiveram o horário de atendimento ampliados.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Machismo ainda impera no Judiciário de BH


Machismo ainda impera no Judiciário de BH

Danilo Emerich

Recebi pelo e-mail profissional do jornal onde trabalho um e-mail no mínimo perturbador. Sem assinatura, mas enviado às 9h56 com o remetente: "advogadostrabalhistasdebh@gmail.com". Quero acreditar que a seguinte mensagem seja apenas de um profissional retrogrado do que de uma associação em si.

Ele ataca uma juíza de Belo Horizonte simplesmente por ela ser uma pessoa sem medo de buscar a felicidade onde quer que ela queira. O dotô anexou fotos da juíza e tudo, sendo que nenhuma estava em roupas apertadas, ou justas, ou picantes ou coisa assim, tudo bem comportado.

Segue a integra do texto (por motivos óbvios, o nome da vítima deste machista não será divulgado) :

"Senhores Advogados,

Vejam o nível que chegou nossa magistratura. Essa magistrada tem que ser afastada de suas funções, não tem equilíbrio para continuar julgando processos.

Vejam a meritíssima no site onde ela fica se oferecendo.

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Juíza do Trabalho se oferece em site de paquera

A coisa não tá fácil pra ninguém. Uma juíza da Vara do Trabalho de Belo Horizonte,  (Nome da juíza retirado pelo blog), 49 anos, solteira, deixou a toga e o prestigio do cargo de lado e partiu para a luta. Ela é a grande novidade para os frequentadores do site de paquera “Par Perfeito”. Ela criou um perfil nesse site com o nome de "XXXX (nome retirado novamente)" onde, além de falar sobre suas “qualidades” e das qualidades do homem que ela busca, ainda acrescentou 5 fotos, 3 delas em trajes de festa.
Solteiros e aventureiros de plantão. Quem se habilita? O salário de um juiz do trabalho em Minas Gerais é de R$ 22.854,47 + vantagens do cargo. Partidaço."

Ora! Qual o problema da juíza se inscrever em um site de encontros virtuais? Talvez o próprio "dotô" tenha perfil no badoo, tinder ou no próprio site "par perfeito" para conseguir encontrar a magistrada lá.

Querer desqualificar uma profissional por causa de um assunto pessoal é no mínimo machismo. A hipocrisia reina.

Caro dotô, qual o problema dela querer achar uma pessoa nova para ela? E se ela quiser achar o par perfeito dela, é assunto só dela e isso nada interfere no trabalho dela. Và cuidar da sua vida! Já para essa juíza, boa sorte e desejo toda a felicidade no mundo para você.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Move deixa passageiros a pé

Move deixa passageiros a pé


Passageiros de alguns bairros estão sem conexão com o Move
Foto: Lucas Prates
Danilo Emerich

Implantado para oferecer mais conforto e rapidez nas viagens, o Move está impondo a experiência contrária para alguns passageiros. A remoção e substituição de linhas convencionais fizeram com que os usuários andassem mais para conseguir embarcar nos ônibus ou até ficassem desassistidos pelos coletivos.
A BHTrans não informou a quantidade de linhas que tiveram o itinerário alterado desde a estreia do Move, em 8 de março, ou o número de reclamações dos passageiros em função das mudanças. A Associação dos Usuários de Transporte Coletivo (AUTC) da Grande BH pretende fechar um levantamento sobre o tema em até 15 dias e entregar uma representação ao Ministério Público Estadual (MPE).
Segundo o secretário-geral da entidade, Francisco de Assis Maciel, houve uma “drástica” supressão de serviço, mas a remuneração das concessionárias permaneceu a mesma. “Também queremos cobrar a fiscalização da superlotação dos coletivos, pois o regimento cobra multa por isso. Não estamos falando dos veículos articulados, pois as viagens nele são boas. O problema são nos ônibus convencionais antes e depois do Move. Reduziu-se linhas, quadro de horários e itinerários”, afirmou.
PREJUDICADOS 
Uma das linhas que foi alterada é a 634 (Estação Vilarinho/Nova York via Jardim dos Comerciários), que substituiu a 601, na região de Venda Nova. O itinerário foi alterado da rua Padre Pedro Pinto para a avenida Vilarinho, mas após a reclamação dos usuários, o trajeto retornou ao anterior.
Um dos prejudicados é o porteiro Adriano Pereira, de 35 anos. Ele diz que antes pegava a linha 601 e agora precisa caminhar mais para chegar ao ponto. “O 634 não passa na Estação Venda Nova. Chego a andar 15 minutos a mais todos os dias”, reclama.
Já a vendedora Miriã do Carmo Araújo, de 29 anos, lembra que antes do Move, gastava apenas uma passagem para visitar parentes no bairro Comerciários. “Agora eu gasto duas passagens, pois temos menos opções de ônibus e precisamos fazer baldeação”, disse.

O comércio também sente os efeitos da menor circulação de ônibus. Para o comerciante Waltencir Santana de Araújo, de 62 anos, muitas linhas foram transferidas da rua Padre Pedro Pinto, para a avenida Vilarinho, reduzindo a circulação de pessoas. “Alguns vizinhos já fecharam. Estou vendendo 70% menos. Se continuar assim. Vou acabar fechando”, afirma o empresário com uma loja há 35 anos em Venda Nova.
Passageiros da linha 4108 (Pedro II/Mangabeiras), que chegou a ser extinta, também reclamaram e formaram uma comissão para se exigir o atendimento ao bairro Jardim Montanhês. O itinerário retornou a atender a comunidade no dia 13 de junho.
Segundo a assessoria de imprensa da BHTrans, ao longo da implantação do Move, várias linhas foram criadas, houve melhorias nos quadros de horários e alguns itinerários foram alterados sempre com o objetivo de melhor atender a demanda dos usuários.
“A BHTrans monitora o sistema e na medida em que são constatadas necessidades de ajustes, eles são feitos. As sugestões e reclamações são avaliadas e implementadas quando há viabilidade”, informou em nota.

sábado, 6 de setembro de 2014

Falhas em ar-condicionado impõem sufoco para passageiros do Move



Ar-condicionado não dá conta do recado com ônibus lotados. Foto: Flávio Tavares

Falhas em ar-condicionado impõem sufoco para passageiros do Move


Danilo Emerich

Mesmo no inverno, Belo Horizonte registra dias quentes, como na última terça-feira, atingindo a casa dos 33º C. Uma viagem em um ônibus com ar-condicionado ameniza o sofrimento para os passageiros. No entanto, e se o aparelho estiver quebrado e o usuário tiver que enfrentar o coletivo lotado e sem a possibilidade de abrir as janelas?

Está é a realidade em várias viagens do Move, desde a sua implantação, em 8 de março. Passageiros e motoristas ouvidos pelo blog Um Outro Olhar para Belo Horizonte afirmam que defeitos do ar-condicionado são frequentes e o maior motivo para substituição de veículos.

Anteontem, foi a vez do ônibus da Linha 51, que saiu lotado, às 6h03, da Estação Pampulha em direção a Área Hospitalar. Passageiros relataram que os vidros embaçaram durante a viagem, obrigando o motorista abrir a porta para circular ar pelo veículo.

O condutor de um ônibus da linha 66 (Estação Vilarinho/Centro/Hospitais), que não se identificou, disse que o equipamento já quebrou seis vezes com ele. “Não temos o que fazer. Terminamos a viagem e, depois, recolhemos o carro para a garagem”, afirmou. Também há situações que os motoristas esquecem de ligar o ar-condicionado, como diz o condutor de um veículo da linha 65 (Estação Vilarinho/Centro), que também não se identificou.

Problemas no aparelho são frequentes segundo passageiros.
Foto Wesley Rodrigues
Nem a BHTrans ou o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (SetraBH) informaram o número de ônibus que tiveram que interromper as viagens e ser recolhidos para as garagens devido a quebra do ar-condicionado. Também não foi divulgado o número de reclamações feitas, por passageiros sobre o assunto, pelo telefone 156 ou no portal www.bhtrans.pbh.gov.br.

As modelos Jéssica Horta, de 18 anos, e Camila Rodriguez, de 14, reclamam que a situação é a falha do ar-condicionado é recorrente e já passaram mal devido ao calor excessivo. “Desmaiei uma vez. Fica tudo abafado e os vidros embaçados”, disse Camila.

O defeito é passível de multa de R$ 388,23 se flagrado pela equipe de fiscalização da BHTrans. Porém, o órgão informou que nenhuma multa do tipo foi aplicada pelo problema desde a inauguração do Move e que todos os veículos passam por uma vistoria antes de entrar em operação.

O SetraBH, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que as falhas são pontuais e os aparelhos estão dentro do período de garantia do fabricante. “Quando ocorre um defeito no ar-condicionado enquanto em operação, o veículo conclui a viagem, desembarca os passageiros e recolhe para a garagem para fazer o reparo”, informou em nota.

Depoimentos
Rodinei Madureira
“Já aconteceu algumas vezes comigo de pegar um ônibus do Move sem o ar-condicionado. Incomoda, mas a gente tem que aguentar”.
O aposentado de 72 anos, aprova o conforto do aparelho, quando funciona.

Izabelly Silva
“Peguei três ônibus nesta situação. Pela manhã, ônibus lotado e abafado e não dá para abrir as janelas. Outros passageiros reclamaram, mas o motorista falou que não podia fazer nada”.
A estudante de 18 anos pega o Move todos os dias e diz que problema não é raro.

Priscila Eloíza Santos
“Nos horários de pico e ao meio-dia são os piores horários. Com o Move lotado, mesmo com o ar-condicionado ligado, o aparelho não dá conta e fica muito abafado”
A educadora de 26 anos reclama que a situação é difícil quando o aparelho funciona e sem ele fica muito pior

Metrô também impõe "sauna"
O sufoco enfrentado no metrô de Belo Horizonte deverá ser amenizado a partir do primeiro semestre do próximo ano. Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o atual sistema de apenas 16 ventiladores por composição será substituído pelos novos trens com ar-condicionado com capacidade para comportar até 1.300 passageiros por viagem.

A entrega do primeiro dos dez trens encomendados está prevista para novembro de 2014, mas deverá passar por um período de testes antes de ser colocado para operação comercial. A CBTU informou que os vagões já foram adquiridos com sistema de ar condicionado instalado de fábrica.

Eles também terão revestimento resistente ao fogo, baterias de emergências, dispositivos de comunicação multimídia, sistema eletrônico de monitoramento, comunicação móvel de voz e dados e dispositivos de acionamento automático em emergências e sistemas sonoros. Além disso, contarão com piso antiderrapante, assentos preferenciais, banco para obesos e portas com rampa retrátil para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

Até lá, os passageiros terão que continuar a enfrentar o calor nos vagões lotados. A artesã Jussara Santiago, de 59 anos, anda no metrô quase todos os dias, sempre em horário de pico. Ela diz que já sentiu tonturas durante as viagens. “Todos ficam irritados e já vi até pessoas desmaiando”, afirma.

Já o estudante Igor Tafarelli de Paula, de 24 anos, acredita que o ar-condicionado vai apenas amenizar o problema. “É muita gente durante o horário de pico. Espero que fique melhor com os novos trens, vamos esperar”, afirmou.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Prefeitura quer retirar carroças das ruas de Belo Horizonte


Prefeitura quer retirar carroças das ruas de Belo Horizonte

Danilo Emerich

O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, quer retirar todos os carroceiros das ruas e avenidas da capital mineira. Segundo, ele a prefeitura realiza um estudo para trocar as carroças de tração animal por motocicletas com uma caçamba embutida na parte traseira.

Carroças podem ser substituídas por motocicletas.
Foto: Dione Afonso

Para o prefeito, além de prejudicar a mobilidade urbana, os carroceiros também contribuem para a propagação de bota-foras irregulares. Márcio não deu prazo para quando o projeto sairá do papel.


“Quado se trata de entulho e lixo, as carroças não tem a mobilidade necessária para levar ao local correto de descarte e a maior parte descarregam em pontos indevidos. Estamos construindo um projeto, voltado principalmente para os carroceiros mais jovens, para terem um financiamento da caixa, inclusive para conseguirem a habilitação na categoria A e a compra do veículo, além do treinamento pelo Sebrae ou prefeitura. Isso poderá até aumentar a renda da família”, explicou Lacerda.

Desde 2008, a PBH realiza um controle dos carroceiros da capital. O projeto, sob supervisão da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). cadastrou e emite autorizações para a atuação da categoria. 

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Deficiência em fiscalização coloca BH como 7º em multas de trânsito


Velocidade excessiva é a infração campeã em todas as capitais analisadas. Foto: Frederico Haikal

Deficiência em fiscalização coloca BH como 7º em multas de trânsito

Danilo Emerich

Belo Horizonte aplicou, de janeiro a junho deste ano, média de 51 multas de trânsito por hora. Ainda assim, a fiscalização nas ruas e avenidas da cidade é uma das mais brandas entre as principais capitais do país. 

Levantamento feito pelo blog em oito capitais aponta BH como a sétima no ranking de multas aplicadas. São, em média, uma autuação a cada três veículos. Especialistas atribuem o baixo desempenho a deficiência na fiscalização, principalmente com o impedimento legal da BHTrans de multarem os infratores. 

O balanço foi feito em cada uma das oito capitais com base nas autuações aplicadas no primeiro semestre deste ano, divididas pela frota de veículos. Em todos os locais pesquisados, a infração mais cometida foi o excesso de velocidade. 

Por causa dos critérios utilizados, a campeã de autuações é Goiânia. Lá, quase oito em cada dez carros foram multados no primeiro semestre. A prefeitura de Goiás justificou que a alta incidência se deve ao mau comportamento dos condutores e à grande quantidade de radares eletrônicos instalados. 

Já a última colocada no ranking é Porto Alegre. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) da capital gaúcha atribui o baixo volume de autuações à maior conscientização dos motoristas. 

Deficiente
Em Belo Horizonte, mesmo com a quarta maior quantidade de multas aplicadas em números absolutos no período e a terceira maior frota de veículos, o número de autuações é baixo. As infrações são registradas pelos 124 radares de fiscalização eletrônica, todo o efetivo de policiais militares e pelos 232 guardas municipais. 

Desde 2009, agentes da BHTrans não podem multar. Como foi equiparada, por força constitucional, a uma empresa privada, os agentes estão impedidos de exercer poder de polícia. A PBH tenta revogar a decisão judicial e aguarda análise do Supremo Tribunal Federal (STF). Outra tentativa para melhorar a fiscalização é aumentar o número de radares. Atualmente, duas licitações estão em curso para instalação de mais equipamentos.  

Segundo o assessor do Batalhão de Trânsito em BH, 1º tenente Nagib Magela Jorge de Oliveira, todos os militares podem fazer autuações de trânsito, mas a atuação do efetivo do BPtran é feita apenas das 7 horas à meia-noite em toda a cidade. Após esse horário, o trabalho fica restrito ao perímetro interno da avenida do Contorno e grandes corredores. 

Para o especialista em transportes e trânsito da UFMG, Ronaldo Guimarães Gouvêa, os números mostram a deficiência da fiscalização na capital mineira. Ele diz que o fato de a BHTrans não poder multar prejudica o trânsito, além de contribuir para que o motorista cometa mais infrações e fique impune. “Não acredito que o número baixo de autuações é em função da conscientização dos motoristas de BH. Ao contrário, vejo um comportamento agressivo dos condutores na comparação com outras cidades”, diz. 

O especialista em transportes e trânsito da Fumec Márcio Aguiar concorda que a fiscalização em BH é precária. “O radar é um bom instrumento para frear as infrações e garantir a segurança, mas o motorista só respeita no local onde está situado o equipamento”.

Ranking
Capital
Multas
Frota*
Média
Goiânia
829.656
1.064.222
0,77
São Paulo
4.978.237
7.156.906
0,69
Rio de Janeiro
1.526.064
2.513.132
0,60
Salvador
309.805
802.784
0,38
Recife
223.085
622.937
0,35
Curitiba
523.471
1.458.254
0,35
Belo Horizonte
564.288
1.620.801
0,34
Porto Alegre
243.877
817.386
0,29
Total
-
9.198.483
16.056.422
0,57
* Frota em junho de 2014
Fonte: Detran-MG, CET, Detran-RJ, Detran-PR, EPTC, Detran-GO, Transalvador, Detran-PE, Denatran

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Todos temos histórias


Todos temos histórias


Danilo Emerich

Todos temos histórias para contar. A sua vida daria um livro. A do seu vizinho, de um amigo ou de um parente também. Trajetórias de superação, de sacrifício, dramas, romances e comédias. Todos nós temos. A minha vida também daria, mas prefiro aqui contar as de outras pessoas.

Hoje, como jornalista, conheci mais uma história. A de um motorista de ônibus de 34 anos. Fábio Romeiro dirige o coletivo da linha ST01, a linha turística criada para percorrer alguns cartões postais de Belo Horizonte na região Centro-Sul.

Fábio antes dirigia na linha 9250, a mais extensa e pior de todas em BH. Dúvida? Pergunte para qualquer motorista ou trocador da cidade e ele irá confirmar. Agora, Romeiro conduz solitariamente a maior parte do tempo o ônibus executivo, com ar condicionado, wi-fi e cadeiras confortáveis em um itinerário fora do horário de pico. “É uma férias, mas ninguém pode saber disso”, diz ele.

Porém, o interessante da vida deste motorista, não é ele passar o dia todo dirigindo um ônibus vazio, que não tem adesão de passageiros. Não, a “coisa legal” é que, graças a esse coletivo, Fábio descobriu que há museus na Praça da Liberdade onde a visitação é gratuita. Fábio redescobriu a cidade graças à visão de outros passageiros.

“Quando passamos pelo alto da Praça do Papa e vemos aquela vista, a população de BH não dá valor. Quando vi os turistas achando aquilo incrível é que parei e reparei. Temos uma cidade linda e a gente nem repara”, confessou o motorista.

Agora, Fábio já visitou três dos vários museus da Praça da Liberdade e já planeja conhecer o Palácio da Liberdade. Tudo de graça!


Todos temos histórias, basta perguntar ao próximo qual ou quais são as da pessoa ao seu lado.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Lei Seca é suspensa durante a Copa

Fiscalizações diárias desapareceram após o início do Mundial. Foto: Renato Cobucci

Lei Seca é suspensa durante a Copa


Danilo Emerich

Enquanto as forças policiais de Minas Gerais se concentram em garantir a “segurança” dos brasileiros e estrangeiros durante a Copa do Mundo, a população e turistas passaram a correr um outro tipo de risco. Desde que começou a competição internacional, as blitz da Lei 11.705/2008, também conhecida como “Lei Seca”, foram praticamente extintas da ruas e avenidas de Belo Horizonte.

A interrupção da fiscalização é admitida pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Seds). Em nota, o órgão informou que “durante a Copa do Mundo, houve reposicionamento de vários policiais militares, entre eles os pertencentes ao Batalhão de Trânsito, para reforço das atividades de policiamento ostensivo em toda a cidade. As ações de Lei Seca continuam sendo realizadas, porém o combate à criminalidade, rondas e abordagens têm sido atividades prioritárias durante o Mundial”.

Na perfil do twitter da Seds, onde são divulgados os resultados da operações da campanha “Sou pela Vida. Dirijo sem Bebida” (https://twitter.com/soupelavida) - que são diárias desde 14 de julho de 2011 em BH – a última atualização foi realizada em 18 de junho, mas com dados de até 11 de junho, um dia antes do início da Copa do Mundo.

Foi feito um pedido para a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Defesa Social informar os números do dias seguintes, que não teve retorno até 26 de junho.

PERIGO
Taxistas ouvidos pelo Blog Um Outro Olhar para Belo Horizonte informaram que, de fato, perceberam o fim das fiscalizações após a Copa do Mundo. Junto com a inexistência da fiscalização, eles também relatam a percepção de um aumento de motoristas dirigindo de forma perigosa, agressiva e também de acidentes.

O risco maior, são os milhares de turistas e de belo horizontinos, que participam todos os dias de festas espalhadas na capital mineira - seja na Savassi, na Fan Fest, realizada na Expominas, ou mesmo no Estádio Mineirão. O que se tem visto, nos dias de jogos, principalmente da seleção brasileira, são pessoas consumindo bebidas alcoólicas e depois pegando a direção, sem encontrar nenhuma fiscalização.

Milhares de pessoas comemoram e bebem na Savassi durante os jogos da Copa. Muitos dirigem após consumir álcool. Foto: Leonardo Morais
BALANÇO
Segundo os dados da Seds, entre 14 de julho de 2011 e 31 de maio de 2014, a blitz diárias da campanha “Sou pela Vida. Dirijo sem Bebida”, em Belo Horizonte, abordou 125.364 veículos e registrou 1.285 crimes de trânsito (condutores com nível de álcool no sangue acima de 0,34 mg/l) e outras 3.113 infrações de trânsito (condutores com índice de álcool no sangue entre 0,05 e 0,33 mg/l).

Além disso, desde que a recusa de assoprar bafômetro, passou a ser passível de punição administrativa, em 5 de agosto de 2011, até 31 de maio deste ano, 1.324 pessoas preferiram não passar pelo teste.

Já com base nas informações do twitter da campanha “Sou pela Vida. Dirijo sem Bebida”, entre 1 de junho e o dia 11 do mesmo mês, foram 2.056 veículos abordados, ou seja, média de 186 por dia. Nesse período, uma pessoa estava com nível de álcool no sangue acima de 0,34 mg/l e responderá à processo criminal. Outras sete pessoas estavam com índice de álcool no sangue entre 0,05 e 0,33 mg/l. Além disso, 72 pessoas foram flagradas dirigindo sem possuir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

O QUE DIZ A LEI
Em 19 de junho de 2008, foi aprovada a Lei 11.705, que modificou o Código de Trânsito Brasileiro. A regra foi apelidada de “Lei Seca”, pois proíbe o consumo da quantidade de bebida alcoólica superior a 0,1 mg de álcool por litro de ar expelido no exame do bafômetro por condutores de veículos, ficando o condutor transgressor sujeito a pena de multa, a suspensão da carteira de habilitação por 12 meses e até a pena de detenção, dependendo da concentração de álcool por litro de sangue.

Em 20 de dezembro de 2012 foi aprovada a Lei 12.760, que modificou novamente a regra e eliminou a margem de tolerância de quantidades para a aplicação de penalidades administrativas e fixando em 0,34 mg de álcool por litro de sangue como o valor inicial a ser considerado crime. A norma ainda prevê a utilização de vários meios de prova para incriminar o condutor, além da declaração do agente de polícia, como testemunhas, vídeos, entre outros métodos.

domingo, 15 de junho de 2014

Copa aquece mercado do sexo em Belo Horizonte

Copa aquece mercado do sexo em Belo Horizonte


Danilo Emerich

A oportunidade para aumentar os lucros trará mais de 2 mil mulheres e travestis para se prostituirem durante a Copa do Mundo em Belo Horizonte. Profissionais do sexo, iniciantes ou veteranas, de todos os cantos do país e até do exterior, chegam à capital mineira desde o início de maio. O chamariz são os 160 mil turistas previstos em BH para acompanhar o evento internacional, que devem movimentar a economia da cidade.

Não há um controle sobre o número de profissionais do sexo que virão para BH. A estimativa é da Associação de Prostitutas de Minas Gerais (Aspromig). A maioria delas deverá trabalhar com anúncios em sites de acompanhantes, em boates de strip-tease de luxo, casas de prostituição ou em pontos conhecidos da atividade, como a avenida Afonso Pena, e na Orla da Lagoa da Pampulha. De olho no crescimento da demanda, o valor cobrado pelo programa também inflacionou. Saltou de R$ 150 a R$ 250 a hora para até R$ 500.

Prostitutas chegam em BH para a Copa do Mundo. Foto: Flávio Tavares
Percorremos os locais mais conhecidos de prostituição de BH durante o último mês e apuramos sobre a vinda dessas mulheres e travestis para a Copa do Mundo e a situação que chegaram, enfrentando, por vezes, a exploração sexual e o trabalho em condições análogas à escravidão.

OPORTUNIDADE
Uma das mulheres que enxergaram na Copa uma chance de ganhar dinheiro extra é Michele*, de 26 anos. A morena de seios siliconados afirma ser novata no ramo. Conta ter saído da capital do Ceará, onde trabalhava em uma concessionária de veículos, e chegado à capital mineira há três semanas, onde trabalha agora em uma boate de luxo na rua Rio Grande do Norte, bairro Funcionários, região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Desde que desembarcou na cidade, Michele vive em um apartamento alugado no Centro. Cobra R$ 300 a hora. “Vou só juntar uma grana para comprar meu carro e vou parar depois da Copa. Senão, acabo viciando, pois é um dinheiro fácil”, afirma Michele, que garante ter sentido culpa após o primeiro programa.

Mineira de Juiz de Fora, Babi*, de 27 anos, também aproveitou a oportunidade gerada pelo Mundial. Ela deixou a cidade natal no último dia 2 e trabalha em uma boate na Savassi. “A casa (boate) mantém uma pensão no bairro São Lucas para ficarmos. Lá dormem cerca de 30 mulheres, muitas vindas do interior do Estado”, revelou.

Além de mulheres, cresceu o número de travestis em Belo Horizonte em busca de melhorar a renda durante a Copa.

Gisele*, de 29 anos, já fazia programas em Ipatinga, no Vale do Aço, e chegou a Belo Horizonte agenciada por uma mulher. A “oferta” para morar e trabalhar em um quarto numa mansão na orla da Pampulha a atraiu. Outras seis travestis também teriam aceitado a proposta.

Segundo a presidente da Aspromig, Cida Vieira, há várias garotas vindas da Colômbia, Venezuela, Chile e Estados Unidos.

A baiana Rawany*, de 18 anos, que anuncia seus serviços em um site de acompanhantes de luxo há cerca de um mês, hospeda uma amiga da Espanha, que também veio para a capital fazer programas.

FISCALIZAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE) afirmou não atuar em casos de prostituição, exceto quando envolve crianças e adolescentes, além da exploração da atividade por terceiros. Em setembro do ano passado, segundo a assessoria do MPE, os proprietários de um site de acompanhantes foram denunciados, com base em investigação feita da Polícia Civil.

Segundo o juiz da Vara Cível da Infância e Juventude de BH, Marcos Flávio Lucas Padula, as diligências para inibir a exploração sexual de crianças e adolescentes, além de outros crimes, como o consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade, foram intensificadas durante o Mundial.

“Com o aumento de turistas, o turismo sexual cresce junto. A Copa não criou o problema, mas sim a presença maior de estrangeiros no período. Estamos atentos a essa questão e vamos coibir o máximo possível”, afirmou Padula. (*Nomes fictícios)

Preparação incluiu até cursos de inglês
Assim como hotéis, restaurantes e comércio se prepararam para receber bem os turistas em Belo Horizonte durante a Copa do Mundo, as profissionais do sexo também se capacitaram para prestar o melhor “atendimento” possível à clientela.

Segundo a presidente da Associação de Prostitutas de Minas Gerais (Aspromig), Cida Vieira, foram oferecidos cursos de inglês básico para mais de 300 garotas, e uma cartilha de idiomas, com frases elementares, será lançada nos próximos dias para facilitar a conversa e a eventual negociação de um programa.

“Também estamos iniciando uma campanha de orientação sobre doenças sexualmente transmissíveis e as maneiras de evitá-las”, informou a presidente da Aspromig.

Cida Vieira diz ainda que, atualmente, há cerca de 500 mil profissionais do sexo atuando em Minas Gerais, sendo 80 mil em Belo Horizonte.

“É importante ressaltar que a prostituição não é crime, mas a exploração sexual. Não aceitamos adolescentes e denunciamos qualquer caso de tráfico de pessoas”, garante.


Restante da reportagem:
Inocência ameaçada

O prazer explorado

As casas do sexo


Exploração tende a crescer

Tráfico de pessoas e trabalho escravo também podem crescer durante a Copa