Hotéis também oferecem serviço de garotas de programa. Foto: Renato Cobucci. |
O prazer explorado
Danilo Emerich
Belo Horizonte não será apenas a capital do futebol em Minas Gerais durante a Copa do Mundo. A vinda de 160 mil estrangeiros para o evento também transformará a cidade na sede mineira da indústria do sexo. Por trás desse mercado do prazer, autoridades também esperam um grande aumento da exploração da prostituição de crianças, adolescentes e adultos, além do tráfico de pessoas e trabalho escravo.
Para alimentar essa demanda, cerca de 2 mil mulheres e travestis desembarcam em BH desde maio para se prostituírem, conforme a estimativa da presidente da Associação de Prostitutas de Minas Gerais (Aspromig), Cida Vieira. As profissionais do sexo, iniciantes ou veteranas, chegam de todas as partes do Estado, do país e até de outros países.
Percorremos, durante todo o mês de maio, os locais mais conhecidos de prostituição da capital mineira para apurar as condições que elas chegam e trabalham. Mesmo com campanhas do governo para evitar o turismo sexual e de conscientização sobre a importância da denúncia, o cenário encontrado foi a desinformação das prostitutas de seus direitos, sendo exploradas por terceiros, cenário que tende a aumentar durante a Copa.
COBRANÇA
Uma das formas mais comuns da exploração da prostituição em BH está nas boates de strip-tease, onde o valor da entrada chega a R$ 90 (O valor foi elevado com a chegada da Copa). Lá dentro, mulheres seminuas dançam e oferecem programas. Além dos preços abusivos no cardápio (uma lata de cerveja chega a custar R$ 15), todas as casas também lucram com a saída das prostitutas. Se um cliente quiser levar a garota para outro local, é obrigado a pagar uma taxa extra para a casa, que alcança até R$ 100.
Durante a visita da reportagem no local, dois policiais militares fardados entraram no local, tomaram cerveja, mexeram com as prostitutas e depois foram embora. Um garçom revelou que a presença da dupla era frequente na casa.
Programas também são realizados dentro de boate na Savassi. Foto: Reprodução. |
“É ruim ficarmos lá. As camas são ruins. Ganhamos a alimentação e podemos sair quando quisermos, mas pagamos R$ 12 por dia que ficamos lá e temos que trabalhar exclusivamente para o lugar por seis dias, com direito de um dia de folga”, revela a prostituta. O mesmo esquema foi constatado outra boate no bairro Floresta, na região Leste de BH.
Na saída das boates, sempre há a presença de um taxista. Quando o programa é pago por cartão, alguns deles oferecem a própria máquina, mas com a cobrança de uma comissão de 20% do valor. A prática é proibida pela BHTrans, órgão fiscalizador e gestor do trânsito em Belo Horizonte.
Restante da reportagem:
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As casas do sexo
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